terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A felicidade reluzente de Leandrinho Barbosa


Pouco mais de oito anos se passaram desde a última atuação de Leandro Barbosa, o Leandrinho, por uma equipe brasileira. Em 2003, seu último ano aqui no Brasil, jogou pelo Bauru. Agora, em 2011, com a NBA em lockout, o brasileiro atuou pela equipe do Flamengo.

Num papo rápido, conversamos sobre volta ao Brasil, seleção (como de praxe), cirurgia e pulso, NBA, Nenê e sobre o basquete brasileiro em si.

Leandrinho, como foi, depois de alguns anos, voltar a jogar no basquete brasileiro? Quais as principais diferenças entre o basquete brasileiro para o norte-americano, falando do ponto de vista de jogador? Acho que esse período no Brasil foi incrível, muito bom pra minha carreira. Depois de muitos anos vejo que o basquete brasileiro está melhorando, evoluindo. E não é a toa que nosso basquete tem sido visto internacionalmente, e é um resultado que me deixa muito feliz. Mesmo com isso tudo, não tem como comparar com as diferenças do basquete norte-americano. É realmente muito diferente dentro e fora da quadra.

Como foi sua adaptação para jogar nesse curto período de tempo em que você atuou no Flamengo? Onde você sentiu mais diferença e dificuldade de adaptação? A adaptação foi ótima, com um pouco de dificuldade, o que é normal, pois fiquei muito tempo fora do Brasil e me acostumei com o basquete norte-americano. Durante esse tempo em que fiquei fora, percebi a mudança que sofreu o basquete brasileiro, principalmente na defesa, onde os espaços de quadra são bem diferentes da NBA e pela minha característica mais agressiva de jogo, percebi que sempre que penetrava em direção à cesta, encontrava muita gente dentro do garrafão, uma coisa bem diferente em relação à NBA.

Pra você, o basquete aqui no país verde-amarelo evoluiu? Com certeza evoluiu e muito. Mais do que eu pensava, até antes mesmo de voltar a jogar aqui.

Alguns boatos foram divulgados sobre uma possível volta ao Flamengo. Há alguma conversa para você voltar a atuar pelo Flamengo em 2012 caso o Toronto não chegue na fase de playoff? Houve um carinho muito grande do Flamengo para comigo. Eles me acolheram, como se fossem minha segunda família. Não só a equipe, mas a torcida também. Se houver a chance e oportunidade de isso acontecer, eu voltar a defender a equipe, farei com vontade e amor. Só que isso não depende só de mim, ainda tem muito o que se conversar e resolver.

Essa paralisação que teve na NBA foi boa para muitos jogadores, como o seu caso que está machucado. Como está seu pulso, já que você optou pela não cirurgia? E por qual motivo resolveu não fazer o processo cirúrgico? Muito melhor do que estava no final da temporada passada, melhorou bem. Esse tempo que tive com a greve ajudou muito na minha recuperação. Fiz muita fisioterapia para fortalece-lo. Era exatamente o tempo que eu precisava quando passei pela primeira cirurgia no pulso lá em Phoenix. Já o motivo para não fazer a cirurgia foi que fiquei sabendo pelos médicos especialistas de que eles não teria certeza se meu pulso voltaria a ficar 100%. E mesmo com isso, eu ainda tenho, infelizmente, que fazer a cirurgia.

Sobre a Olimpíada, eu sei que você deve estar enjoado de ouvir essa pergunta, mas como anda sua mente em relação às Olimpíadas de 2012? Acredita numa possível convocação? Desde que nasci, eu acredito em tudo nessa vida e que tudo pode acontecer. Sempre tive muito orgulho de vestir a camisa da seleção, mas também, não depende só da minha vontade de estar com a equipe. Estou com saúde e disposição. Se eu for convocado, irei focado e com toda a dedicação, mas se não for convocado, ficarei só com a vontade e estarei aqui, torcendo cada minuto pelos meus amigos de quadra e pelo meu país, como sempre fiz.

E o Nenê, Leandrinho. Você conversa com ele sobre seleção? Você sabe se, caso ele for chamado, ele estaria aí, igual a você, pronto para defender o Brasil? Falo sempre com ele, principalmente agora que ele virou pai, fiquei muito feliz por ele. É um grande amigo, grande jogador, mas eu não posso responder por ele.

E sua vida na NBA, como está? Está ótima. Sinto saudades daqui também. São muitos anos, hábitos diferentes, amigos conquistados, mas por ter passado um tempo maior no Brasil, o que não acontecia há tempos, meu coração ficou um pouco apertado em voltar para Toronto. Deixar o conforto da casa, família, rotina, etc. Enfim, bola pra frente, porque o momento é de focar no trabalho e jogar bem aqui pelo meu time.

Agora que a NBA começou oficialmente nessa temporada (09 de dezembro), como o Toronto vem para essa nova e curta temporada? Alguma novidade que venha melhorar o time? Sim, o time está melhor. O técnico mudou (saiu Jau Triano e entrou Dwane Casey). Tem a contratação do veterano e All Star Jamal Magloire, que irá ajudar muito a gente. Com apenas dois dias de treinamento eu senti bastante diferença.

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