segunda-feira, 25 de julho de 2011

As palavras de Bábby

Com a experiência do famoso basquete norte-americano, começou no College e depois passou para a NBA, Rafael Araújo, ou melhor dizendo, Bábby voltou para o Brasil em 2009, repatriado pelo time rubro-negro carioca.

Conquistou a maior torcida brasileira e, depois de duas passagens pelo time do Flamengo, Bábby está na capital do basquete, Franca. Ele atuará pelo time nessa temporada.


Em entrevista exclusiva ao Papo Basquete, Rafael Araújo, que foi um dos primeiros brasileiros a jogar na NBA, fala da sua ida para o time paulista, sobre seu centro social e muito mais, confira.

Como você vê sua ultima temporada no NBB? Tinha alguma expectativa de ser chamado para a seleção? Acho que como todo atleta, corremos o risco de nos machucar e, infelizmente, foi o que aconteceu comigo nos playoffs. Acredito que fiz uma boa temporada, vendo as estatísticas, mas as vezes isso não é o suficiente! Já em relação a convocação, o técnico nunca chegou a falar comigo, então não houve expectativa.

O que te fez sair do Flamengo e, uma temporada depois, voltar ao time? Saí do Flamengo porque a proposta do Paulistano foi boa, na época, e eu estava em fase de mudança na minha vida. Mas não foi nada contra o time ou a equipe, em geral, e foi por isso que voltei.

Agora em Franca, você chega pra ser o dono do garrafão? Sempre que jogo, jogo pra ser o dono da área e aqui não vai ser diferente. Sou um jogador de raça, e isso ninguém poderá dizer o contrário.

Há algum tempo, o presidente de Franca falou que você era um jogador muito problemático e caro. Agora você foi contratado e atuará pela equipe. Como você reagiu ao saber disso? Fiquei sabendo disso sim. Minha reação foi de espanto e tristeza, mas tenho certeza que hoje, depois de me conhecer, ele não pensa isso e, como ele mesmo disse, foi questão de marketing.

Agora no novo time, você vai treinar com o técnico que te levou, pela primeira vez, para a seleção. Como você vê isso? Admiro, respeito e acredito que ele é o melhor do Brasil, não por ter me levado pela seleção, mas de ter a honra de poder fazer parte desta família que ele montou e luta para manter. Só agradeço a ele pelas oportunidades.

Agora mudando mais para a visão em relação à sociedade. Você criou um projeto social. Conte-nos sobre: Sempre existiu o sonho de criá-lo? Como surgiu a ideia? Qual a metodologia usada, já que você falou em outras entrevistas que era diferente das outras que tem no país? Nós temos dois centros, um em Pelotas e outro na Andef. Estamos tentando evoluir de acordo com a metodologia usada na NBA, que é fazer com que os garotos levem os estudos e o esporte juntos. Afinal, temos que pensar no futuro e, infelizmente, não é o que acontece no esporte brasileiro. Esta ideia surgiu desde que eu era garoto de comunidade e me apareceu essa oportunidade de jogar e estudar ao mesmo tempo. Atualmente a Andef nos oferece aulas de línguas (português, inglês e espanhol) e computação, mas queremos abranger outros tópicos.

Você, como um ex-jogador da NBA, acredita que seria legal se tivessem uma cláusula sobre ações sociais que os jogadores deveriam fazer, como tem nos contratos da NBA? Acredito, concordo e apoio. Afinal, tanta coisa errada copiamos de outros, por que não copiar o que dá certo? Mas temos que fazer por vontade própria e não só por aparência.

Para finalizar, algum recado aos amantes do basquete (aos que acompanham e aos que pensam em seguir a carreira de jogador)? Continuem acreditando e acompanhando o basquete, pois o esporte está voltando ao que era antigamente. E aos que pensam em ser jogador, nunca, por pior que seja sua situação, desista. Determine, acredite e imagine, pois isso é tudo. A vida as vezes não é tão justa, mas se persistir, pode ter certeza que vocês terão o retorno, e esse retorno é a paz interior. Sorte a todos e obrigado a todos que me apoiam. Abraços.

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